Jubela |
Na Idade Média os bordados eram uma arte efectuada por grandes profissionais, na maioria masculinos. Embora existisse um reduzido número de mulheres, geralmente ligadas à família do bordador. Correspondia a uma carreira profissional muito rígida, que começava em aprendiz até mestre e acabava com um rigoroso exame do ofício. Estes artífices tentavam dar resposta às variadíssimas encomendas dos altos dignitários da nobreza e do clero.
Essas encomendas eram ostentosas, vestes que pretendiam demonstrar o poder de quem as envergava. Para tal muitas vezes eram aplicados materiais preciosos como ouro, prata e pedras preciosas.
Os compradores deste vestuário eram muito exigentes e possuíam um gosto bastante apurado, provocando um forte surto de desenvolvimento do bordado, por volta dos séculos XVI e XVII.
Devido a esta ostentação e luxúria, os monarcas começaram a combater este tipo de bordados no vestuário, tornando-os cada vez mais decadentes, sem grande exigência, tanto a nível técnico como de desenho.
Um dos bordados mais conhecidos a ouro, realizado com vários pontos em fio metálico dourado pelas senhoras vimaranense (numa época em que o bordado já se tinha tornado feminino), foi a bandeira de seda verde com a inscrição “antes quebrar que torcer” executada em 1884, quando existia a crise entre Guimarães e Braga.
Desde o séc. XVI até quase à segunda metade do séc. XIX, os bordados apoiavam-se essencialmente em trabalhos laboriosos das mulheres das classes mais abastadas, que os realizavam geralmente em horas de lazer e aconchegadas no seu lar e na sua família. Os bordados faziam parte da educação e da condição feminina e das suas criadas quando faziam a sua formação nos conventos femininos. Assim, a arte de bordar foi passada também às suas criadas, que as ajudavam nesse lavor.
Ao longo dos tempos foi-se formando uma tendência, que resultou de uma mistura de vários tipos de bordados, formando um novo gosto a que se chamou Bordado de Guimarães.
Os panos usados para bordar são geralmente em linho industrial mas também ainda há quem utilize pano de linho caseiro. A estrutura dos desenhos é feita previamente em papel vegetal e com os desenhos baseados sempre na fauna e flora locais: silvas, passarinhos, flores, estrelas, cercaduras, laços, entre outros.
Os desenhos são sempre bordados em monocromias a vermelho, branco, bege, cinza, ou azul. É utilizado o fio Algodão Perlé DMC, vermelho nº 321, azul nº 796, cinza nº 415, bege nº 644 e branco.
As peças realizadas são actualmente das mais variadas, como por exemplo: toalhas de baptizado, toalhas de mesa, toalhas de mão, panos para os cestos do pão, panos para gargalos de garrafas, panos para resguardar o queijo, naperons de tabuleiro, vestidos de cerimónia, cortinas ou resguardos para o pão-de-ló.
Todas estas peças são bordadas em conformidade com os pontos mais característicos dos Bordados de Guimarães e de forma adaptada ao desenho: ponto pé de flor, cadeia, lançado, espinha, galo, caseado, nós, formiga, traço e margarida.
Que maravilhosos trabalhos. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarUm bordado lindíssimo :)
ResponderEliminarGostei muito destes bordados.
ResponderEliminarComo faço para adquirir um risco para tolha de altar?
Vi uma com um cacho de uvas, perfilada, tinha rechiliê .
Se vc tiver manda para mim, e como faço para mandar o valor.
Espero respostas.