Danielle Clough é uma designer, fotógrafa,
videojockey e bordadeira natural da Cidade do Cabo na África do Sul. Estudou
direção artística e design gráfico e além disso é bordadeira autodidata. As
suas raquetes bordadas chamaram-nos a atenção e fizemos-lhe esta entrevista
para conhecer melhor a sua obra.
Tens formação em design e estás mais
habituada a trabalhar ao computador do que à mão. Quando e porque começaste a
bordar?
Sou
autodidata no bordado. Quando estava a estudar, fazia bonecos para ganhar algum
dinheiro extra. Um dia desenhei um coelho numa tela e bordei-o, porque não
tinha nada melhor para fazer e desde aí continuei com o bordado. Sempre lhe
chamei desenhar com fios até que dei conta que na realidade estava a bordar.
Dizes que os teus bordados são
inspirados em temas eróticos, emojis e mascotes. São estes os temas que mais te
inspiram?
As coisas que
me inspiram vão sempre mudando, mas o que mais me inspira são as cores ou o
desafio de criar algo duma nova maneira. Muitas vezes o desenho que bordo é
secundário, o que interessa é criar algo duma forma que nunca tenha feito
antes.
Que tipo de fio costumas usar?
Uso muitos
tipos de fio, depende do trabalho. Para as peças maiores utilizo lã e até fio
de plástico tipo scobidou. Para as peças mais pequenas utilizo fio para bordado.
A verdade é que não conheço muito bem “as regras” e qual o melhor material para
cada trabalho. Prefiro assim porque descubro sempre truques novos!
Como bordas em raquetes, como preparas
o desenho? Já tínhamos visto bordado em coadores mas nunca em raquetes.
Sou uma
bordadeira bastante caótica e vou criando as obras livremente, uma cor de cada
vez. O truque é que o próprio desenho se vá criando e ter o cuidado de não
fazer um ponto sobre o outro, porque às vezes o bordado fica tão grosso que não
se pode passar a agulha! Um conselho é ter atenção para que os detalhes
importantes do desenho não fiquem sobre o vértice dos quadrados.
Quando bordas sobre tela como é o teu
processo de trabalho? Esboças primeiro sobre papel ou diretamente sobre a tela?
Primeiro tiro
uma foto ao que quero bordar (a não ser que seja algo ou alguém que não posso
fotografar, como um ator). Gosto de ter o controlo sobre a imagem inicial,
porque assim posso controlar a luz e a composição. Depois transfiro para a
tela. Às vezes pinto sobre a foto para ter uma ideia das cores que vou
utilizar.
Tens alguma recomendação para quem
queira iniciar-se no bordado?
Na verdade
recomendo que se divirtam. Não tentem obter a estética ou o look de alguém, só
o que vos atraiu no bordado (as cores, as telas, o processo, etc.). Não é uma
competição, é apenas um hobby!
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