quinta-feira, 4 de julho de 2013

Entrevista a Nicole Gastonguay, artista de meio-ponto


Nicole Gastonguay é uma artista americana, que vive em Nova Iorque e trabalha como designer gráfica num editoria, mas as suas verdadeiras paixões são o croché e a tapeçaria.


As suas peças de tapeçaria são tridimensionais e Nicole criou toda uma coleção de objetos quotidianos como uma garrafa de leite, um frasco de picles ou um hambúrguer em croché e meio-ponto. É um trabalho muito original, não existindo muitos artistas a trabalhar desta forma. Impressionados com o seu trabalho, entrevistámo-la.

Quando começou a fazer trabalhos manuais?
Sempre fui uma pessoa muito “mãozinhas”. Lembro-me de em pequena admirar a minha avó, enquanto fazia tapetes entrelaçados. Eu era muito pequena para o fazer, por isso a minha avó comprou-me um kit de tapeçaria para crianças. Adorei!


Agora já adulta faz bonecos, como começou?
Eu sabia que queria fazer bonecos tridimensionais com lã. Como designer gráfica trabalho todo o dia com o computador e por isso sentia falta de fazer coisas com as mãos. Depois de algumas tentativas falhadas de aprender tricô, comprei um livro que se chama "Croché para Totós" (título original em Inglês "Crochet for Dummies"), onde aprendi a fazer ponto de cadeia, ponto baixo e a trabalhar em redondo. Tentei seguir os modelos de amigurumi, mas o objeto final era sempre o mesmo. Queria que as minhas criações fossem diferentes.

Inventa os seus modelos ou improvisa?
Um pouco dos dois, mas é muito de improviso e raramente anoto.


Vimos que combina tapeçaria e croché. Já pensou experimentar outra técnica? Qual é a sua favorita?
Ambos têm as suas vantagens e os seus inconvenientes. Os trabalhos em croché são mais rápidos que em tapeçaria, no entanto é mais fácil fazer um trabalho cheio de irregularidades, se não se tiver muita prática. A tapeçaria é mais regular e limpa, embora seja mais lenta. Gostava de aprender mais pontos de croché e de tapeçaria para ampliar as minhas possibilidades.


Normalmente utiliza um ponto em tapeçaria. Já experimentou mais algum?
Uso exclusivamente o meio-ponto e às vezes o ponto de cruz. Quero experimentar outros pontos como o ponto escocês, especialmente quando tenho que preencher áreas muito grandes.

É muito difícil encontrar objetos tridimensionais em tapeçaria, como os que faz. Já vimos em algumas revistas dos anos 70, mas como lhe ocorreu esta ideia? Que tipo de suporte utiliza?
Eu vi as revistas dos anos 70 e são muito engraçadas! Como suporte utilizo uma rede de plástico para malha tamanho 7 e corto-a nas formas que quero. Fiz muitas provas até chegar ao suporte ideal.


Existe algum suporte ou material que gostasse de experimentar?
Acabo de começar a utilizar um núcleo de espuma dentro dos bonecos para fazer peças mais complicadas. Antes só utilizava enchimento para preencher, mas tinha problemas para conseguir a forma exata que queria.


As suas obras têm sido expostas em galerias de arte?
Sim, em Los Angeles e Nova Iorque.

Fá-lo por diversão ou também vende as suas obras?
As duas coisas, antes vendia eu mesma as minhas peças e agora fazem-no as galerias de arte.


Qual é o seu próximo projeto?
Atualmente trabalho muito com ilustração. Comecei a combinar as duas técnicas. Em croché faço várias formas, que depois depois de digitalizar, manipulo no computador. Desta forma tenho muito mais flexibilidade para criar objetos sem ter de construir um esqueleto elaborado. Os artistas digitalizam os seus esboços há anos. É lógico que o próximo passo seria experimentar isso. Embora tenha a certeza que o computador não me vai tirar tempo para continuar a fazer os objetos, de que eu gosto e à mão.

Parabéns Nicole! Gostamos muito das suas combinações das duas técnicas e muito obrigado por nos conceder esta entrevista. Pode ver mais no site da Nicole Gastonguay. Se se quer iniciar na técnica de tapeçaria, encontra aqui a informação necessária.



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