sexta-feira, 5 de maio de 2017

Entrevista a Justyna Wolodkiewicz: Bordado 3D


Descobrimos o trabalho de Justyna no Instagram e chamou-nos muito a atenção por ser diferente de tudo o que já tínhamos visto. Fizemos-lhe esta entrevista para partilhar a sua obra consigo.


Quando começaste a bordar e como aprendeste?
Comecei a minha aventura no bordado há três meses. Li rapidamente um guia de bordado para me certificar que não cometia nenhum erro gigante. Agora adoro o processo intuitivo do mesmo. Cada bordado é único e encaixo a técnica com a minha obra de arte. Claro que bordei ponto de cruz quando era adolescente. E nessa altura colecionei muitas revistas de ponto de cruz. Era uma miúda muito criativa e a minha família também fazia croché, costura e muitas coisas mais.



Que tipo de fio utilizas?
Utilizo um fio polaco produzido aqui e para coisas especiais utilizo os fios DMC como o Mouliné Light Effects e o Mouliné Satin.


As tuas peças em 3D são incríveis. Que tipo de materiais costumas utilizar para dar as 3 dimensões às peças?
Para criar os efeitos 3D utilizo barro polímero. A maioria Fimo. Utilizo-o líquido ou em pós metálicos. Também tenho alguns barros Pardo transparentes e tenho andado a experimentar resinas.
Todas as esculturas de barro são cozidas no forno antes de serem bordadas. Às vezes quando faço as esculturas junto fios à peça e cozo tudo junto.



Como nasceu a ideia dos bordados em 3D?
Nos últimos dois anos tenho esculpido com barro polímero. Fiz muitos relógios de parede. Aprendi diferentes técnicas e tenho muita experiência com este material. Publiquei fotos dos meus trabalhos no Instagram, ali descobri artistas incríveis e alguns deles bordam. Ao ver os bastidores de bordado tive saudades das minhas experiências de infância com agulha e linha. Assim fiquei uns meses a pensar no assunto e ocorreu-me esta ideia tão bonita de misturar barro e bordado. Tive a ideia a meio da noite, comecei a bordar no dia seguinte e desde aí nunca mais parei.


O que recomendas a alguém que queira começar a bordar?
Estou de corpo e alma num projeto que me emociona. Recomendo definitivamente aos principiantes que aprendam os básicos rapidamente e que comecem a “brincar” com as agulhas e os fios! Podem experimentar usar materiais diferentes, bordar sobre diferentes tipos de telas ou não-telas. O resultado pode ser surpreendente e divertido!


O que mais aprecias no bordado?
Para mim bordar é como meditar. Relaxa-me e é muito satisfatório. Requer paciência mas devolve-me afetos sem igual. Um bordado terminado é como uma sinfonia de fios...

Muito obrigada Justyna! Estamos fascinados com a tua criatividade!




     

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