É com
muito gosto que lhe apresentamos hoje a Zélia Évora, artesã portuguesa das
Caldas da Rainha que adora tricotar e impulsionadora do projeto “Gang da Malha”.
Porquê e quando começou a fazer tricô?
Comecei a
fazer tricô aos 8 anos. A minha mãe fazia e naturalmente ensinou-me, assim como
a fazer croché. Aprendi com ela o básico. Depois como era curiosa, comecei a
tentar coisas novas. Aos 12 fiz a minha primeira camisola em jacquard. A minha
vizinha via as coisas nas revistas e vinha pedir-me ajuda para descobrir como
se fazia. Eu não sabia ler esquemas, mas pela imagem chegava lá!
Utiliza outras técnicas no seu dia-a-dia?
Outras técnicas?
Não. Eu sei fazer croché, mas habitualmente só faço tricô. Mais meias com 5
agulhas, que é a minha favorita. Sei fazer muitos pontos, que aprendi ao longo
do tempo, sozinha. Mas o que mais gosto é das coisas simples. Gosto sempre mais dos trabalhos em malha de meia do
que pontos trabalhados.
Que tipo de fios utiliza habitualmente e qual
o seu preferido?
Habitualmente
uso lãs naturais. Não gosto de nada sintético. Às vezes para um gorro fio
manualmente a lã, mas normalmente compro. Gosto de lã artesanal. Da DMC a minha
favorita é a Woolly.
Como prepara os seus projetos?
Penso
apenas e passo logo para a ação. Não faço nem esboços nem esquemas, quando são
para mim. Claro que se for para alguém fazer, já penso de outra forma, mas
idealizo na cabeça e faço. Não tenho um processo organizado. Faço tudo como no
meu trabalho com tecidos em ateliê. Não tenho
desenhos de nada. Penso, executo.
Como nasceu o “Gang da Malha”?
O GANG da malha nasceu duma ideia de ocupar os cafés na nossa cidade. Eu moro nas Caldas
da Rainha. Um amigo meu, o Filipe Santos, desafiou-me para cabecear este
projeto de ocupação de cafés à noite e o mote era o tricô. Mas calhou ser o tricô,
não foi uma coisa muito pensada. Aconteceu assim de um dia para o outro e teve
um boom engraçado pelo país. São apenas
encontros que organizamos na nossa página no facebook.
Onde os podemos encontrar?
Basta ir
ao facebook à página do GANG da malha. Todas as semanas são colocados os
encontros das várias localidades.
Quem pode aprender convosco?
Não somos
uma escola de tricô, apenas promovemos os encontros. Qualquer um pode
aparecer. Se não souber tricotar, certamente alguém ensina.
Qual o seu próximo projeto?
Estou a
fazer um casaco. Já foi feito mas "perdi-o"! Vou voltar a fazer, faz
parte de um projeto editorial, que sai no final do ano e quero que ele esteja
junto às outras peças.
Há mais alguma técnica que gostaria de
aprender?
De tricô?
De tricô gostava de explorar mais o fair isle.
Obrigada
Zélia, muito sucesso para o futuro!
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