“Peniche, terra de pescadores e rendilheiras que no passado viveram de mãos dadas comigo, Renda de Bilros, dos quais fui o sustento quando o Mar era adverso à fartura do peixe ou a faina parava por causa do defeso (…). Ainda estou bem viva, embora já em poucas mãos. Mãos de rendilheiras que só por amor não querem separar-se de mim, o que prova que as suas raízes são a sua força.”
(Ida Guilherme - Artesã in Amar Peniche, 2010)
Estátua de Rendilheira de Bilros em Peniche.
Estátua no museu das rendas em Vila do Conde.
Crianças a aprender a arte da Renda de Bilros, encontrado aqui.
Entre finais do século XVI e inícios do século XVII surge a arte da Renda de Bilros por terras de Peniche, talvez devido às relações comerciais estabelecidas com os marinheiros e pescadores vindos dos portos de Bruges e Antuérpia, na Flandres, originando a transmissão de um saber-fazer, que se transformou no ex-libris do artesanato desta comunidade piscatória.
No século XIX esta arte era tecida pela maioria das mulheres de Peniche, em especial pelas esposas de pescadores. Com o aparecimento de novas e mais lucrativas alternativas à mão de obra feminina, esta arte sofreu uma regressão no início do século XX.
Rendilheira do século XX
Esta técnica de lavores inicia-se com um desenho concebido (ou copiado) para papel milimétrico, picado sobre um cartão. Este é fixado na almofada com a ajuda de alfinetes, através do cruzamento contínuo ou intercalado de fios têxteis, enlaçados em bilros. Esta é a principal característica que dá origem à Renda de Bilros.
Nas Rendas de Bilros podemos encontrar dois tipos de renda: a Renda Erudita, que é caraterizada por desenhos mais elaborados, complexos e não repetitivos e a Renda Popular caraterizada por desenhos mais elementares, com motivos geralmente repetitivos e de execução mais simples.
Fonte: Renda de Bilros de Peniche, Um saber-fazer enraizado na comunidade de Peniche, Câmara Municipal de Peniche.
Renda Erudita
Renda Popular
Na Academia DMC pode aprender com excelentes profissionais esta bonita técnica portuguesa todas as terças-feiras das 10h às 12h30m.
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