sábado, 6 de outubro de 2012

As Origens da DMC: Um Pouco de História


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Retrato de Jean-Henri Dollfus

Em 1746 Jean-Henri Dollfus e outros dois jovens fundam em Mulhouse (França) a primeira fábrica de tecidos estampados, chamados "indianas".
A produção de tecidos pintados, seguindo a moda dos tecidos coloridos da India e da Pérsia e que obterá um grande sucesso na Alsácia, é a indústria que serve de ponto de partida a todas as outras.

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A fábrica em 1882

Estes jovens tornam-se nas primeiras pessoas a produzir placas com desenhos indianos pintados à mão na Europa. Mais tarde Jean-Henri associa-se ao seu irmão Jean e com ele cria a Dollfus Vetter  Cie., que se converte numa das primeiras produtoras têxteis da Europa.

Quase no final do século XVIII o sobrinho de Jean-Henri Dollfus, Daniel Dollfus, encarrega-se do negócio. Na primavera de 1800 casa-se com Anne-Marie Mieg, agregando o nome de sua esposa ao seu como era habitual naquela época. Nesse mesmo ano a empresa recebe um novo nome, Dollfus-Mieg & Compagnie ou DMC.

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Retrato de Daniel Dollfus-Mieg

Enquanto estudava em Leeds, Inglaterra, o jovem Dollfus descobriu a invenção do químico John Mercer, "a mercerização", que através de um tratamento de hidróxido de sódio modifica a fibra de algodão. A lavagem e secagem subsequentes produzem uma fibra muito suave com um acabamento brilhante e uma resistência à tensão notavelmente melhor.

Como resultado a família Dollfus lança-se na aventura de criar um fio de algodão, o primeiro deste tipo, nascendo assim o fio Mouliné Spécial. Em 1841 a DMC inicia-se na produção de linhas de coser e bordar.

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Retrato de Thérèse de Dillmont

Por ocasião da exposição universal de 1878, Jean Dollfus viaja até Paris, onde conhece Thérèse de Dillmont, uma jovem aristocrata austríaca de 32 anos, membro da Academia de Bordado de Viena.
A empatia entre Thérèse e Jean Dollfus é imediata. Esta decide fundar em Dornach, perto de Mulhouse, a sua própria escola de bordado com o patrocínio da DMC.

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Capa da edição francesa da "Enciclopédia de Lavores de Senhora"

O grande êxito de Thérèse foi a sua "Enciclopédia de Lavores de Senhora" publicada em 1886 e traduzida e distribuída em 17 países. Este trabalho foi o resultado de anos de investigação dedicados inteiramente à sua paixão.

Além de instruções técnicas relativas à execução de diferentes tipos de bordado, também proporciona exemplos de uma fabulosa gama de projetos e modelos, encontrando a sua inspiração em várias obras de diversas épocas e culturas conservadas em museus, coleções privadas ou imaginadas pela própria Thérèse e as suas alunas.

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Posição das mãos na técnica de coser

Um dado curioso é que naquela época era mal visto as mulheres trabalharem fora das tarefas domésticas, pelo que teve de assinar um contrato com a DMC, no qual se comprometia a não se casar. O seu desejo de conhecer todos os bordados fê-la viajar por muitos países e escrever a famosa enciclopédia.

No entanto, Thérèse encontrou finalmente o amor da sua vida e arranjou uma maneira de conciliar o trabalho com o seu amor, casando-se em segredo com o seu noivo. Dois anos mais tarde, devido a problemas de saúde, veio a falecer, deixando a Enciclopédia como legado.
Que voltas dá a vida e como mudam os tempos!

Atualmente a DMC continua a produzir na sua fábrica de Mulhouse desde há 265 anos e a "Enciclopédia de Lavores de Senhora" continua a ser impressa e publicada em várias línguas.

Pode encontrá-la em retrosarias, livrarias especializadas e na nossa loja online.

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Imagem da fábrica em 1874

1 comentário:

  1. Interessantíssimo artigo sobre a história da DMC. Adorei, obrigada pela partilha.
    Bom fim-de-semana,

    Ana Love Craft
    www.lovecraft2012.blogspot.com

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